A comunicação institucional do Governo do Estado de Rondônia está mergulhada em uma crise de credibilidade e transparência. Desde que a empresa Agência Nacional de Propaganda Ltda. assumiu a gestão das campanhas publicitárias e dos pagamentos aos veículos de mídia, denúncias de favorecimento, perseguição e uso indevido de verbas públicas têm se multiplicado, gerando indignação entre empresários do setor e veículos tradicionais da imprensa local.
Sites sem audiência, verbas milionárias
Reportagens como a publicada pelo site Hora1Rondônia escancararam uma realidade desconcertante: portais sem qualquer relevância ou audiência comprovada estariam recebendo valores expressivos para veicular campanhas do governo, enquanto veículos consolidados, com histórico de prestação de serviço e alcance real, são relegados a contratos irrisórios — muitas vezes limitados a exibir banners por apenas dois ou três dias.
Segundo apurações, os chamados “sites fantasmas” seriam criados apenas como fachada para justificar o repasse de recursos públicos. Sem sede física, equipe jornalística ou presença digital significativa, essas páginas reproduzem conteúdos de outros portais e simulam atividade para atrair contratos governamentais.
O papel da Agência Nacional e o silêncio de Georgia Oliveira
A responsável pela interlocução com os veículos, representante da Agência Nacional, tornou-se praticamente inacessível. Empresários relatam que, após questionamentos sobre os critérios de distribuição das verbas, passaram a enfrentar retaliações, com cortes nos valores e exclusão de campanhas. “Hoje é mais fácil falar com o Papa do que com ela”, ironizou um empresário local, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A ex Secretaria de Comunicação (Secom) do Estado, em nota oficial, tentou se eximir da responsabilidade, alegando que os planos de mídia são elaborados pela agência contratada. No entanto, documentos internos revelam que técnicos da Secom participam diretamente da elaboração e aprovação desses planos, o que levanta dúvidas sobre a alegada imparcialidade, mais com medo de ser investigada ela pediu para ser exonerada, porém, assumiu outra parta dentro do governo.
Investigações e pressão política
A situação chegou ao ponto de provocar denúncias até ao ministério público ao tribunal de contas (órgãos de controle). Há suspeitas de que as distribuições das verbas tenham sido manipuladas para atender interesses políticos, favorecendo aliados e punindo veículos críticos ao governo.
A Superintendência Estadual de Gestão dos Gastos Públicos Administrativos (SUGESP) já determinou a substituição da Agência Nacional pela PNA Publicidade Ltda., após decisão judicial que reconheceu irregularidades na contratação original. A medida, embora tardia, pode representar um passo rumo à moralização da comunicação institucional.
E o governador?
Enquanto o escândalo se desenrola, o governador Marcos Rocha parece acompanhar tudo à distância. Fontes próximas ao Palácio Rio Madeira afirmam que ele ainda não tomou ciência da gravidade do caso, o que parece que ele esteja mas se importando com as eleições 2026, embora membros da Casa Civil já tenham solicitado a exoneração da atual secretária de comunicação.






















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