Na Linha H-46 na BR-364, na zona rural de Porto Velho, o apicultor José Potancinsk dedica sua rotina ao cuidado das abelhas em seu apiário. Como ele, dezenas de produtores da capital trabalham com afinco para garantir uma produção de mel que cresce a cada ano e já se consolida como uma importante atividade dentro da agricultura familiar do município.
De acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagric), Porto Velho já conta com 108 apicultores em atividade, entre criadores de abelhas com ferrão (Apis melífera) e abelhas nativas sem ferrão.
Na regional de Porto Velho, os dados da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) revelam que atualmente estão cadastrados 25 apicultores, responsáveis por 778 colmeias de Apis melífera, com capacidade de produção estimada em 7 mil quilos de mel por ano em 37 propriedades.
No caso da meliponicultura, são 16 produtores cadastrados, que mantêm 112 colmeias de abelhas nativas sem ferrão, alcançando uma produção anual de 62 quilos de mel em 18 propriedades.
Somente no município de Porto Velho, os números também são expressivos, 22 apicultores mantêm 438 colmeias de abelhas com ferrão, além de 14 meliponicultores, que somam 92 colmeias de abelhas nativas, reforçando o potencial econômico e sustentável da atividade.
O secretário da Semagric, Rodrigo Ribeiro, destaca que o fortalecimento dessa cadeia produtiva é prioridade para a gestão municipal. “A apicultura é uma atividade estratégica para a agricultura familiar, porque gera renda, contribui para a preservação ambiental e tem um grande potencial de expansão. A Prefeitura de Porto Velho, por meio da Semagric, tem investido em capacitações e incentiva os produtores a se regularizarem por meio do cadastro junto à Idaron, garantindo assim mais segurança e organização ao setor”, ressaltou.
O gerente de assistência técnica da Semagric, Roseval Guzo, também enfatiza o impacto positivo da atividade na vida dos agricultores. “A cada capacitação e visita técnica, percebemos que os produtores estão cada vez mais motivados a investir no setor. O mel é uma fonte de renda complementar e sustentável, e quando o apicultor ou meliponicultor se cadastra, ele fortalece toda a cadeia, abre espaço para novos mercados e amplia as oportunidades da agricultura familiar em Porto Velho”, afirmou.
Porto Velho já conta com 108 apicultores em atividade
O cadastro de apicultores e meliponicultores faz parte do Programa Nacional de Sanidade das Abelhas (PNSAb), coordenado pelo Governo de Rondônia e executado pela Idaron, com o objetivo de estruturar a cadeia produtiva, orientar políticas públicas e garantir ações de vigilância e promoção da sanidade das colmeias.
A médica veterinária da Idaron, Bethânia Silva Santos, reforça a importância desse processo. “Com os dados atualizados, conseguimos mapear as áreas de criação, adotar medidas preventivas e agir com rapidez em casos de suspeita de doenças. Outro ponto importante é que, ao estarem cadastrados, os produtores passam a integrar oficialmente a base de dados do estado, o que possibilita a implementação de políticas públicas direcionadas, a ampliação do acesso à assistência técnica e o fortalecimento da cadeia produtiva do mel em Rondônia” explicou.
O cadastro é gratuito e pode ser realizado em qualquer unidade local da Idaron. Para se registrar, basta que o produtor pessoa física ou jurídica, apresente documento oficial com foto, CPF ou CNPJ e comprovante de residência, além de informações sobre o número de colmeias e a localização da criação.
Ao se cadastrar, os apicultores e meliponicultores não apenas fortalecem a defesa sanitária das abelhas, como também contribuem para a valorização do setor e para a expansão de um mercado que se mostra cada vez mais promissor em Porto Velho.
Texto: Jean Carla Costa
Foto: Roseval Guzo
Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)
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